Os fatos, preconceitos, desrespeitos, injustiças sociais,
corrupção, alienação social, tudo isso e mais coisas que se agregariam as
demais, fazem pensar que já está na hora de ser construído um muro para dividir
os poderosos dos demais. Poderosos incluiriam os ricos e os políticos, os demais
seriam o resto da sociedade. Como o Muro de Berlim que dividiu irmãos, pais e
filhos, grandes e pequenos amores, amigos e vizinhos. Esse seria para dividir
classes; ricos e pobres. Por quê?
Se um pobre é gay, sofre bulling,
violência e descriminação, mas se é rico, ou vai morar na Europa ou EUA, vira
costureiro ou ator de novelas e filmes, fica famoso e volta por cima da “carne
seca”, às vezes até com o sexo alterado e assim pode ser também modelo ou até
político.
Se um pobre rouba um pote de
margarina, é preso, esquecido na cadeia, sofre maus tratos e estupro, depois
sai e se torna um marginal. Se um rico rouba uma loja fina é preso, é assediado
pela Mídia, fica em cela especial, quando fica, recebe comida da família e
depois é solto para cumprir penas comunitárias, quando cumpre.
Se um pobre falta ao trabalho é
demitido, pede ajuda ao sindicato, mas infelizmente não é possível readmiti-lo
e depois não consegue arrumar bons empregos. Se um rico ou político falta no
trabalho é justificável, pois se for rico a empresa geralmente é da família ou
ele é o dono, se for político, alega estar fazendo campanha ou tratando de
assuntos com a sua comunidade. O rico continua mais rico e o político é
reeleito na próxima eleição, afinal a memória do pobre é curta. Curta por falta
de vitaminas ou excesso de alienação.
Poderíamos ficar escrevendo um
livro sobre as situações, por isso vamos ao que interessa. Imaginar.
Imagine que um muro fosse
estendido, separando OS RICOS E POBRES, cada um teria sua própria
administração, seu prefeito, seu governador e até o seu presidente. Teriam sua
própria polícia, seus próprios shoppings, suas igrejas, seus estádios, não
podemos esquecer o FUTEBOL, seriam praticados em pomposas Arenas e nem o
CARNAVAL, que teria um Sambódromo de última geração.
Os ricos seriam julgados pelos
juízes ricos, presos por policiais ricos e se condenados, pagariam suas penas
em penitenciárias na praia de Jericoacoara ou num Resort em Cancun. Não
precisariam mais votar, pois o mais rico seria o Presidente e assim
sucessivamente, o governador, o prefeito, os vereadores. Não precisariam mais
se corromper, nem enganar seus eleitores com dentaduras, cadeiras de rodas,
bola de futebol ou até entrada para o Show da Anita, bastariam apresentar o
extrato da conta corrente.
Não haveria mais tocaias de
policiais para surpreender bandidos com ampla divulgação pela imprensa, com
fotos, locais onde estariam os “snipers” e como seria a ação assim que os
bandidos chegassem para resgatar um prisioneiro. Atores não seriam presos por
engano e não ficariam mais de quinze dias numa cela. Os corredores fantasmas para
ônibus também não existiriam, pois rico anda de automóvel. Não haveria
“rolezinho” em shopping, pois seriam construídos locais apropriados, com ar
condicionado, open bar, poltronas estofadas, garçons e garçonetes e até
baby-sister para os menores. Não haveria mais Mensalão só mensalidades pagas
para poderem participar do clube. A Papuda seria transformada em museu. O Museu
da Pobreza. Onde as pessoas poderiam visitar para saber como é o outro lado do
muro.
E o outro lado do muro como
seria?
COMO É HOJE, SEM TIRAR, NEM PÔR!