Em 2009
escrevi um post sobre a Shakira e a sua carreira, sob o ponto de vista da
globalização. Hoje, de certa forma, cabe a comparação com a figura que é um dos
grandes nome do pop mundial. Katy Perry.
Filha de pastores
evangélicos, e também evangélica, Katy começou sua carreira artística cantando
em igrejas e gravando canções gospel, chegando até a gravar, em 2001, um disco
só com canções religiosas e sob o nome artístico de Katy Hudson. Foi um
redundante fracasso; culminado até com o fechamento da gravadora na época.
Pois bem,
oito anos se passaram, e algumas frustrações e discos e contratos cancelados, e
a loirinha de olhos angelicais e que cantava músicas louvando a Deus, pintou os
cabelos de preto, mudou o nome artístico, passou a usar roupas justas e com decotes generosos e trocou
as palavras de fé por frases do tipo “eu beijei uma garota e gostei disso”.
Suas performances nos palcos tornaram-se ousadas. Não raras foram as vezes em
que ela apresentou-se completamente bêbada e desbocada.
Se ela
sempre tivesse sido assim, seria totalmente aceitável e compreensível. As
pessoas são como são; cabe a nós aceitar ou não o seu jeito de ser. Mas,
contudo, todavia, entretanto...
Mais uma vez
presenciamos a transformação, a transmutação de algo que era de uma maneira e
que teve de ser mudada, adaptada, ajustada para o mercado pop, para agradar ao
gosto do que determinam o que deve ou não ser consumido.
O tempo
passa, mas os padrões impostos pelo “status
quo” continuam determinando tudo que deve, e como deve, ser consumido e
adorado. A máquina segue seu curso, rodando, com seu rolo compressor
aglutinando, processando e devolvendo novas velhas concepções do que é bom.
Ainda assim,
não nos custa ainda insistir na importância da não subserviência artística e
ideológica, de continuar sendo quem se é e conseguir perseverar assim.
Independente da sua etnia, origem ou da produção milionária que está por trás
da pessoa.
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