10 de novembro de 2015

A ARTE DE SE APEGAR (ao que te faz ser melhor)

Há por aí, circulando em máximas e aforismos diversos, a ideia moderna do "desapego". "Não se apega, não!" é o mote do momento. Não se apegar a ninguém; mas por que não? por que não se apegar a alguém? Ah sim, para não sofrer. Mas, quem não se apega, não sofre? será que não mesmo?
É possível acreditar na frieza das relações. Ou apenas no que as relações aparentam ser? Eis uma verdade da qual não pode escapar: "Todo mundo sofre!" e ainda há outra, tão pétrea quanto a anterior: "Todo sofrimento passa!".
Sofremos porque temos sentimentos, somos humanos, criamos expectativas, depositamos desejos em pessoas e ideias, por vezes, equivocadas; amamos quem não ama, confiamos em quem acaba, por muitos motivos, nos traindo, ou não retribuindo a confiança, o carinho ou a consideração que achávamos devida. Em verdade, quase tudo pode nos causar sofrimento, assim como também pode nos causar contentamento ou simplesmente alheamento. E tudo passa, porque até nós mesmo passamos; nada é para sempre! nem a alegria, nem o sofrimento.
E no sofrimento, se formos sóbrios e maduros, conseguimos aprender mais e melhor sobre as coisas da vida, e, por ventura, saímos de tudo mais fortes e sábios (quiçá!)
A questão talvez não seja se apegar, mas se "a-pregar" a alguém, alguma ideia ou qualquer coisa que seja!