10 de abril de 2014

TIRANIA, DEMOCRACIA, DEMOCRACIA = ANARQUIA




A Tirania surgiu na Grécia Antiga, por volta do século VI AC, com a ocupação do governo por uma classe rica e não aristocrata. Eram mercadores que acumularam grandes riquezas a partir do florescimento do comércio marítimo na zona do Mediterrâneo. Chegaram ao poder graças as artimanhas nas reformas econômicas, sempre a favor das classes populares. A denominação de tirano tomou forma devido a tomada de poder pela força e pela ilegitimidade contra uma classe que dominava a Grécia pelo sangue, não o derramado, mas sim o de linhagem. Eram os ricos à frente do poder. O poder de controlar o povo pelo Capitalismo, mesmo ainda não sendo criado, e pela força, força essa nem sempre usada com armas, mas com artimanhas e manipulações, principalmente das classes populares. Muito utilizada, anos depois, pelos romanos com a denominação de Pão e Circo. Hoje a conotação para Tirania é caracterizada por processos judiciais por calúnia e difamação, compra da imprensa e dos órgãos de informação, como a Televisão e Rádio, Internet e Redes Sociais. Outro fator que demonstra a Tirania são as verbas municipais, estaduais e federais serem utilizadas em favor próprio daquele que deveria distribuir ao povo.
A Monarquia, por sua vez, tinha a mistura da aristocracia do sangue e a própria Tirania, uma linhagem de nobres que sucediam ao poder pela hereditariedade. O dinheiro arrecadado por impostos, casamentos arranjados, mercantilismo e o trabalho escravo, eram geridos pelos nobres em favor próprio. O povo era uma classe de trabalhadores, sem educação ou condições de saúde. Tinham somente deveres e os direitos eram apenas aqueles entre a própria classe. Hoje, apenas no Oriente Médio, há monarquias absolutistas, onde o rei é quem manda, as demais são apenas figurativas e os primeiros-ministros são os que comandam a nação junto com o Parlamento.
Na Democracia, aquela constituída como governo do povo, para o povo e pelo povo, foi uma maneira de distribuir o poder aos homens do povo, mas só teriam o controle do poder aqueles que possuíssem riquezas e bons asseclas. Mesmo na Grécia, berço da Democracia, esse tipo de governo não sobreviveu por muito tempo, dando lugar aos tiranos. Isso porque o que realmente comanda um povo, não são ideias ou pensamentos, como podemos ver por toda historia da humanidade, mas sim a riqueza e o conhecimento, regras básicas do Capitalismo. Que fazem com que poucos comandem tantos para onde quiserem, mesmo para a morte, basta ter acesso a uma boa rede de comunicação ou ser mestre da oratória.
Aonde chegamos então? Simplesmente na Anarquia! Sociedade sem governo. Mas como podemos ser chamados de anarquistas se temos governo, constituído e legítimo, que chegaram ao poder pelos nossos votos. Somos anarquistas sim, porque nos afastamos do governo, deixando que a responsabilidade de comandar um país, ficasse nas costas de políticos e estrategistas. Somos anarquistas sim, porque nos tornamos individualistas, que preferem o sossego da caverna e vendo imagens inanimadas enfeitarem nossas mentes preguiçosas. Anarquistas sim, porque permitimos que nossos filhos não tenham uma educação adequada, sejam injustiçados por leis nobres e ricas, sejam aliciados pelo monitor de um computador, sejam desprezados quando necessitam de maiores cuidados de saúde, sejam atirados as drogas e sexo quando necessitam de alicerces para crescerem com dignidade. Como podemos questionar uma “Sininho” da vida, se ela é uma criação nossa, um exército mercenário contratado pelo povo medroso e apático para lutar por nós e como todo exército mercenário, perdemos o controle e covardemente, sentamos na frente da televisão e vergonhosamente os condenamos.
O que deveríamos filosofar, constantemente, é sobre o poder que poucas pessoas têm sobre outras milhares, que ainda encontram a felicidade, num jogo de futebol, numa novela, num Reality Show e Carnaval. Mas onde há um pensador, entre essa multidão de alienados, ainda existirá uma esperança.

“Nas grandes batalhas da vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer.”
Mahatma Gandhi



                                                                                                               Kiko Zampieri

7 de abril de 2014

DITADURA VERMELHA OU DEMOCRACIA MILITAR



No dia 31 de março de 1964 rompia no Brasil a Ditadura Militar que se encerraria na eleição para Presidente da República em 15 de janeiro de 1985.
Ontem, 31 de março de 2014, todos os canais de comunicação brasileiros dedicaram imagens, depoimentos, fotos e editoriais para lembrar os cinquenta anos do início da Ditadura Militar, reverenciaram os heróis mortos ou desaparecidos, enalteceram artistas e ouviram os remanescentes guerrilheiros.
Mas como está o povo depois da Ditadura Militar?
Citei na chamada o caso ocorrido na CEAGESP, pois a imagem que ficou no final das depredações por marginais e pessoas apenas interessadas em olhar o próprio umbigo, é o reflexo que vemos no dia a dia pelo Brasil, com ataques coordenados por pessoas inteligentes e cumpridas por marginais e imorais. Enfim estamos totalmente abandonados ao acaso.
Aqueles que lutaram pelo fim do domínio militar, os perseguidos e exilados, os cantores, atores e atrizes que se sentiram amputados em sua liberdade de expressão, hoje ocupam o governo, outros estão no ápice da sociedade, muitos estão famosos e alguns esquecidos como Geraldo Vandré, isso para os que sobreviveram. Todos lutando lado a lado na luta pela Democracia.
Mas onde está a Democracia? Se somos obrigados a votar em homens escolhidos pelos diversos partidos; se os marginais que roubam o dinheiro dos nossos impostos, com o mensalão ou com a compra fraudulenta de uma refinaria falida, estão nos lugares antes ocupados por generais; se temos que nos contentar com o dinheiro dos nossos impostos sendo desviados para melhorar o porto de Cuba ou na construção de estádios particulares, ao invés de construir hospitais e formarem mais médicos; se nossos políticos traçam seus próprios aumentos e benefícios salariais ao invés de criar leis para melhorar o Índice de Desenvolvimento Humano; se nossa polícia é tão corrupta e cruel como os torturadores do passado, que nos assustam ao invés de nos proteger; se inocentes morrem em corredores de hospitais como aqueles que morriam em celas de torturas, ao invés de terem tratamentos dignos e humanos. Onde está a Democracia do povo, pelo povo e para o povo? A não ser que a nossa atual Democracia deve ser chamada de Ditadura Vermelha.
Se, realmente, esses nossos guerrilheiros sobreviventes, lutaram tão bravamente e tão corajosamente, como espalham aos quatro ventos, então deveriam procurar um psiquiatra para cuidar dos Traumas Pós-Guerra, pois o que vemos são pessoas sem nenhum escrúpulo, sem nenhuma decência política e mais triste ainda, são debochados contra a própria Justiça. Comparemos!
Em 1964, éramos pessoas espremidas entre o Poder Militar e a Luta Vermelha, transformadas em peões de um jogo, onde sacrificar essas pessoas é para o bem do Rei e da Rainha, que vagavam sem perspectivas, com o medo estampado no rosto, o coração aflito cada vez que se ouviam gritos e explosões, a mente enganada pela mídia e a submissão tomando conta do seu espírito.
Em 2014, somos pessoas espremidas entre o Poder Vermelho e a Ditadura Marginal, ainda transformados em peões de um jogo, onde sacrificar essas pessoas é para o bem da Rainha Vermelha e o Rei do Tráfico, que ainda vagam sem perspectivas, ainda com o medo estampado no rosto, ainda o coração aflito cada vez que se ouve uma explosão ou um grito de Ordem, a mente ainda enganada pela mídia e a submissão ainda tomando conta do espírito. Resumindo a farda mudou de Verde Oliva para Vermelho com Estrelinha. Notou a diferença?
Liberdade! Liberdade! Liberdade! É a única palavra que sempre soa quando perguntamos o que ganhamos com a da Ditadura Militar, mas onde está essa liberdade que tanto exaltamos? Será que seria possível uma Democracia Militar, pois ao mesmo tempo em que estamos querendo ser livres, queremos estar VIVOS para gozar essa liberdade.


Os links abaixo são o outro lado da moeda na Ditadura Militar, uma boa leitura!