Seguindo com a série de livros que viraram filmes e de
livros que dariam bons filmes, vou lhes falar hoje de dois ótimos livros.
O primeiro deles trata-se do
livro que, ao ser adaptado para as telas, revolucionou e impulsionou uma nova
fase do cinema nacional. O livro “Cidade de Deus” de Paulo Lins.
O autor, morador da comunidade
fluminense, profundo conhecedor da história do lugar e do perfil dos moradores,
criou uma história complexa, recheada de personagens peculiares, de acontecimentos
violentos, e de uma época, embora não tão distante, parecia medieval. O filme
foi lançado em 2002 e também alçou ao mundo o talento do diretor Fernando
Meireles; a película foi agraciada com o prêmio BAFTA, o Oscar inglês, de
melhor montagem e foi indicado ao Oscar em quatro categorias. Embora seja
difícil encontrar alguém que ainda não tenha visto esse filme, é sempre bom
indica-lo. E, é claro, a leitura do livro de Paulo Lins.
“Bar Bodega, um crime de
imprensa” é um livro escrito pelo jornalista Caco Barcelos; é um livro
reportagem, mas contado em ritmo e intensidade de prosa. De maneira bem
descritiva e ágil, Barcelos reconta a famosa história de um grupo de rapazes
pobres, presos pela polícia injustamente acusados de um crime que na época
chocou o país. Quatro homens armados entraram nesse bar, de propriedade dos
atores Luis Gustavo ,Cássio e Tato Gabus Mendes, localizado num bairro da
classe média de São Paulo, e mataram a estudante Adriana Ciola e o dentista
José Renato Pousada Tahan. A época, o crime despertou a atenção da imprensa e
da opinião pública pela sua brutalidade. No livro o jornalista relata como a
vida dos jovens foi destruída por esse engano, de um inquérito conduzido para
satisfazer o desejo de vingança de uma sociedade injusta e preconceituosa. Daria
um excelente filme.