22 de julho de 2007

Estou todo aqui, nestas palavras que nada dizem, porque não tenho nada a dizer. Sou o nada em sua plenitude, e isso é muito, até demais para alguém tão limitado e confuso a respeito de si e do que representa para os outros e para si próprio. Mas se sou todo nada e se nada tenho a dizer, por que digo, repito, escrevo e rescrevo essas mesmas palavras? Por que ainda sigo, insisto, persigo e persisto nesse desconhecido caminho cheio de espinhos que provavelmente não me levará a lugar algum, a não ser, talvez, e fatalmente, para onde haja maiores dúvidas, medos e frustrações?
Talvez a resposta para esta e outras perguntas esteja justamente no fim da via oposta dessa estrada que me leva até mim; e lá dentro, no centro, no epicentro das dores e sofrimentos causados por amores que não vingaram e me arruinaram aos poucos, e de pouco em pouco, enfim, por completo deixou-me como agora estou, ostentando esse nada que por hora sou.

8 de julho de 2007

ELA E OUTRA MULHERES DE RUBEM FONSECA


Demorei, devido a falta de verba, mas enfim li o mais recente livro de Rubem Fonseca, Ela e outras mulheres. São dezessete contos desse que eu considero, entres os autores que eu já li, o melhor contista da literatura brasileira. Rubem Fonseca deixa mais uma vez sua marca, seu estilo e toda sua criatividade. É o mestre no seu auge, auge esse que já dura décadas. Virulência e humor, raiva e deboche. Está tudo nesse livro que é um bom apêndice de toda a vasta obra do escritor carioca e é complemente avesso a entrevistas, aparições em todo e qualquer veículo de comunicação e até mesmo a ter sua imagem reproduzida em foto. Por isso regozijai-vos com uma raríssima foto mais recente tirada desse grande mestre da literatura brasileira.