20 de março de 2013
REVISTA ESPINHO D'ÁGUA
7 de outubro de 2012
BORBOLETAS AZUIS
Para maiores, e melhores, informações, abaixo estão os contados do livro e do autor:
30 de setembro de 2012
LET'S ROCK
Deixemos de lado as frases feitas e o discurso auto-comiserativo
Deixemos para trás o passado e o seu peso
Deixemos as culpas e mágoas pra lá e saiamos ilesos
Livremo-nos das ilusões que nos cegam
Vivamos o tempo presente
Sigamos nossos própios passos e não o que nos pregam
Façamos uma coisa de cada vez
E, de vez em quando, um pouco de tempo pra pensar
Vamos viver como se deve
Sem dever ou cobrar nada a ninguém
Viver o agora e não além
Estar aqui e não aquém
Hey ho Let's go, let's move
right here e right now!!!!!!
All right fellas!!!
23 de setembro de 2012
MAZEL TOV (Conto)
8 de abril de 2012
O TEMPO, A VIDA... (ou mais de 11.690 dias)

1 de abril de 2012
UM SOPRO 2...

25 de março de 2012
UM SOPRO...



Esse sopro que é a vida...
18 de março de 2012
1 FILME E 1 DISCO


11 de março de 2012
O PRIMEIRO DIA

20 de novembro de 2011
A NOITE
Você sai de si
E quando você sai de si
Você cai na noite
Você não é mais você
Você é o escurecer
À escuridão você se entrega
À escuridão que te sega
A noite é o seu escuro
A noite é o seu muro
A noite é o seu escudo
A noite é o seu seguro
14 de agosto de 2011
O QUERER
Sim, queremos; queremos, não porque queremos querer, mas porque necessitamos querer, consciente ou inconscientemente, por instinto, ou indistintamente, queremos. Queremos e não negamos, pelo contrário, reafirmamos que não nos conformamos em apenas querer sem poder ter o que tanto desejamos.
Mas, sejamos francos, sabemos que nem sempre o que sempre queremos, ou sonhamos, nós não podemos, ou poderemos, ter; é claro que isso não nos impede de pedir permissão à nossa razão para, de coração, querê-lo. Então, libertemo-nos daquilo que possa, por ventura, nos vetar o direito de sonhar, de querer, de desejar, de sermos, ainda que ermos, nós mesmos.
Nós até podemos querer o que eles também querem ter, mas eles jamais terão o que nós já temos. Nós apenas desprezamos os que não se prezam, os que querem apenas ter, sem saber que é impossível ter alguma coisa sem antes ser alguém. E para ser alguém é preciso somar-se a muitos outros “alguéns”, para formar mais uma nova alma, mais calma, que caiba na palma da mão de uma outra alma.
Temos muita pressa em querer todas essas coisas e temos poucas chances ao nosso alcance, por isso esse querer é angustiante, pois a qualquer instante, pode suceder um lance que nos permita, na bendita hora, ter a glória de conquistar a vitória e mudar essa história, até agora, tão mal contada por aqueles que não sabem de nada.
Queremos. E não cansamos de repetir, pois resistir é o que podemos fazer, e mesmo não podendo, nós fazemos o que podemos para não sermos podados, riscados do mapa, como se faz quando alguém mata um outro alguém como se esse alguém não fosse ninguém. Nós resistiremos, pois queremos mais do que essa esperança que se afiança num futuro, por hora escuro, ou num passado que ficou pra trás, nos deixando esse presente que por agora jaz.
Não diremos o que querem ouvir, mas ouviremos o que não nos querem dizer. Se não nos entendem, não há com que se preocupar, mal haverá se não quiserem nos entender. O entendimento vem do querer, o respeito vem do direito de se ter no peito a intenção de não fazer nada de errado.
Pode demorar o tempo que for, não se preocupe, mas se ocupe, porque nós esperaremos, mas não sentados. Estaremos acelerando esse processo de progresso entre o que todos nós queremos e o que apenas uns poucos podem ter. Teremos o que sempre quisemos ter, teremos amor, teremos tempo, teremos temperança, teremos igualdade de direitos e de deveres, teremos consciência e compaixão, teremos o sal da terra e a panacéia para todos os males que nós mesmos criamos. Teremos tudo isso, quando isso tudo deixar de ser um simples querer.
15 de maio de 2011
É PORQUE ELE QUER. E POR QUE ELE QUER?
Tudo que acontece, ou deixa de acontecer, na vida, só acontece por vontade, ou consentimento de Deus. Simples assim.
Que me desculpem os céticos, agnósticos e ateus (também já fiz parte desse clube, por um período não muito curto de tempo e sei como é ser um total descrente de tudo, até da própria vida), mas a vida, para este que vos escreve, seria impraticável, e a vida talvez seja isso mesmo, uma prática diária, de segundo por segundo, sem a crença em algo maior que tudo e todos, algo divino, que nos norteie e seja a justa medida do bom e da própria justiça. Vivemos praticando a própria vida, tentando sempre acertar, dizer a coisa certa, fazer a coisa certa, encontrar a pessoa certa e torcer para que a pessoa que você ache certa também ache que você é a pessoa certa para ela. Quase sempre a gente erra, e mesmo que digam que de boas intenções o inferno está cheio, ainda assim sigo acreditando que o importante são as intenções sim. As boas e as más.
E porque Deus quer que as coisas sejam como são? Bem, ouvi certa vez um pastor evangélico, e não gosto de ouvi-los, diga-se de passagem, nem a eles nem a padres, ou qualquer tipo líder ou mentor religioso, de qualquer religião; mas este pastor disse algo que pareceu fazer o maior sentido, além de também parecer uma grande obviedade. Ele disse que, se soubéssemos porque Deus faz o que faz, ou deixa de fazer, ou permite que aconteça tudo que acontece, então nós seríamos Deus. Apenas Ele sabe o que faz, e porque faz o que faz.
Eu acreditava Nele, em deus. Deixei de crer, e voltei a crer depois que ele falou comigo. Ele falou comigo naquele dia, e em todos os outros desde então. Não é uma voz que escuto, pois não é por meio da fonética que ele fala comigo; se eu escutasse uma voz no meu ouvido, dizendo e sussurrando coisas, eu não teria dúvidas que estaria sofrendo de esquizofrenia.
Deus fala conosco nas pequenas coisas que nos acontecem no cotidiano; em acontecimentos aparentemente insignificantes ou que até, na maioria das vezes, passam despercebidas aos nossos olhos já condicionados a não vislumbrar mais o “novo”. É precisar treinar a percepção e, principalmente, a interpretação de tudo que nos sucede durante o dia, e tentar entender o que Deus quer nos dizer. Isso já não é tão simples assim, mas aí já são outros 499.
25 de dezembro de 2010
O QUE REALMENTE IMPORTA SABER
O importante é saber se a alma não se contaminou
com esse ódio imensurável e inconseqüente.
O importante é saber se a alma da gente ainda é da gente.
O importante é saber se a alma sobreviverá.
Saber se esse bruto espírito ainda olha para si próprio.
Saber se ela está pronta para o que ainda virá.
O importante é saber se alma deixará para si algum espólio.
O importante é saber se a alma ainda se emociona diante do belo.
O importante é saber se essa essência não é mais só o farelo
de algo que não pode mais se recompor ou ser substituído.
O importante é saber se a alma, à tudo isso, tem sobrevivido.
É importante ver dentro de si o que ninguém consegue ver por fora.
O que não é carne, nem nervo, nem osso, nem algum tipo de fluido.
Aquele que é o bem mais precioso e que à custo e aos poucos se aflora.
Aquele que é o único império que não podemos deixar ser destruído.
E à despeito do que os vermes possam achar óbvio,
a alma de cada pessoa não é apenas um divino óbolo.
31 de outubro de 2010
12 de setembro de 2010
O CONFLITO E A DÚVIDA
O que é a vida? Para que ela serve? Qual o seu propósito? Dúvidas, incertezas e imprecisões são tudo o que temos como resposta. Seria a felicidade a resposta para essa pergunta? Vivemos para sermos felizes, ou para buscarmos a felicidade? A pergunta, portanto, deveria ser outra: O que é a felicidade? Muitas são as definições de felicidade. Felicidade é quando o ser humano se encontra num estado físico e mental totalmente tomado pelo prazer e pela satisfação plena. Mas por quanto tempo é possível alguém se manter neste estado? A felicidade é como a paixão: momentânea. A felicidade, e ser feliz, como as pessoas idealizam, é natural e logicamente impossível e inacreditável. Existem sim momentos felizes. Se fosse necessário definir o ser humano em uma única palavra, certamente essa palavra seria CONFLITO. A dúvida é o conflito entre a verdade imprecisa e a mentira sedutora. Ser feliz, ser amado, ser bem sucedido, ser reconhecido. Qual o real significado desses conceitos subjetivos? Logo nos deparamos com nossa segunda e natural essência: a DÚVIDA. O conflito e a dúvida são o fermento do espírito. O pensamento humano é movido pelos conflitos gerados por todas as nossas dúvidas. Portanto, aí vai um esboço de resposta às intermitentes perguntas:
– Para que ela serve? Qual seu propósito?
– A vida serve para ser vivida. Acordamos, dormimos, comemos, bebemos, amamos, odiamos, choramos, sorrimos, duvidamos e nos certificamos de que nada sabemos sobre nós mesmos. Vivemos para incessantemente buscar essa tal de felicidade, que nem sabemos se ela realmente existe.
– O que é a vida?
– A vida é um complexo universo de conflitos e dúvidas que nos move adiante, que nos faz buscar no amor, em deus, na ciência, nos outros e em nós mesmos, algum alento e força. A vida é justamente uma pergunta sem resposta; e quer melhor exemplo de dúvida e conflito do que uma pergunta que nunca conseguimos responder com precisão e lógica?
11 de agosto de 2010
AOS APRESSADOS
Aos apressados, que correm, se atropelam
que fazem de tudo para chegar à tempo
Aos apressados, que por serem apressados
chegam sempre atrasados
Aos apressados que se acotovelam e se ofendem
nos vagões de trem, no interior dos ônibus,
nas filas de banco, nas ruas e avenidas
Aos apressados que vêem a vida passar apressadamente
que brigam e se matam por migalhas
que estão sempre cansados (meus deus, que cansaço é esse?!)
Aos apressados mal educados, mal amados
maus seres humanos; apressados cretinos!!
Aos apressados que se alimentam mal
que nunca têm um tempo para si mesmos
que estão sempre a duzentos por hora, sem tempo à perder
Aos apressados, bastardos; medíocres!!
nunca chegarão na hora, nunca descansarão, nem quando morrerem
Apressados mentirosos, enganadores
que prometem o que sabem que não podem cumprir
que nunca têm nada a oferecer, mas sempre pedem algo
Aos apressados que não lerão esses versos
eles não têm tempo nem memória, nunca lembram das coisas
Aos apressados, vos digo: bon voyage!
1 de agosto de 2010
FAZER 30 ANOS
De Affonso Romano de Sant’Anna
Quatro pessoas, num mesmo dia, me dizem que vão fazer 30 anos. E me anunciam isto com uma certa gravidade. Nenhuma está dizendo: vou tomar um sorvete na esquina, ou: vou ali comprar um jornal. Na verdade estão proclamando: vou fazer 30 anos e, por favor, prestem atenção, quero cumplicidade, porque estou no limiar de alguma coisa grave.
Antes dos 30 as coisas são diferentes. Claro que há algumas datas significativas, mas fazer 7, 14, 18 ou 21 é ir numa escalada montanha acima, enquanto fazer 30 anos é chegar no primeiro grande patamar de onde se pode mais agudamente descortinar.
Fazer 40, 50 ou 60 é um outro ritual, uma outra crônica, e um dia eu chego lá. Mas fazer 30 anos é mais que um rito de passagem, é um rito de iniciação, um ato realmente inaugural. Talvez haja quem faça 30 anos aos 25, outros aos 45, e alguns, nunca. Sei que tem gente que não fará jamais 30 anos. Não há como obrigá-los. Não sabem o que perdem os que não querem celebrar os 30 anos. Fazer 30 anos é coisa fina, é começar a provar do néctar dos deuses e descobrir que sabor tem a eternidade. O paladar, o tato, o olfato, a visão e todos os sentidos estão começando a tirar prazeres indizíveis das coisas. Fazer 30 anos, bem poderia dizer Clarice Lispector, é cair em área sagrada.
Até os 30, me dizia um amigo, a gente vai emitindo promissórias. A partir daí é hora de começar a pagar. Mas também se poderia dizer: até essa idade fez-se o aprendizado básico. Cumpriu-se o longo ciclo escolar, que parecia interminável, já se foi do primário ao doutorado. A profissão já deve ter sido escolhida. Já se teve a primeira mesa de trabalho, escritório ou negócio. Já se casou a primeira vez, já se teve o primeiro filho. A vida já se inaugurou em fraldas, fotos, festas, viagens, todo tipo de viagens, até das drogas já retornou quem tinha que retornar.
Quando alguém faz 30 anos, não creiam que seja uma coisa fácil. Não é simplesmente, como num jogo de amarelinha, pular da casa dos 29 para a dos 30 saltitantemente. Fazer 30 anos é cair numa epifania. Fazer 30 anos é como ir à Europa pela primeira vez. Fazer 30 anos é como o mineiro vê pela primeira vez o mar.
Um dia eu fiz 30 anos. Estava ali no estrangeiro, estranho em toda a estranheza do ser, à beira-mar, na Califórnia. Era um homem e seus trinta anos. Mais que isto: um homem e seus trinta amos. Um homem e seus trinta corpos, como os anéis de um tronco, cheio de eus e nós, arborizado, arborizando, ao sol e a sós.
Na verdade, fazer 30 anos não é para qualquer um. Fazer 30 anos é, de repente, descobrir-se no tempo. Antes, vive-se no espaço. Viver no espaço é mais fácil e deslizante. É mais corporal e objetivo. Pode-se patinar e esquiar amplamente.
Mas fazer 30 anos é como sair do espaço e penetrar no tempo. E penetrar no tempo é mister de grande responsabilidade. É descobrir outra dimensão além dos dedos da mão. É como se algo mais denso se tivesse criado sob a couraça da casca. Algo, no entanto, mais tênue que uma membrana. Algo como um centro, às vezes móvel, é verdade, mas um centro de dor colorido. Algo mais que uma nebulosa, algo assim pulsante que se entreabrisse em sementes.
Aos 30 já se aprendeu os limites da ilha, já se sabe de onde sopram os tufões e, como o náufrago que se salva, é hora de se autocartografar. Já se sabe que um tempo em nós destila, que no tempo nos deslocamos, que no tempo a gente se dilui e se dilema. Fazer 30 anos é como uma pedra que já não precisa exibir preciosidade, porque já não cabe em preços. É como a ave que canta, não para se denunciar, senão para amanhecer.
Fazer 30 anos é passar da reta à curva. Fazer 30 anos é passar da quantidade à qualidade. Fazer 30 anos é passar do espaço ao tempo. É quando se operam maravilhas como a um cego em Jericó.
Fazer 30 anos é mais do que chegar ao primeiro grande patamar. É mais que poder olhar pra trás. Chegar aos 30 é hora de se abismar. Por isto é necessário ter asas, e sobre o abismo voar
21 de julho de 2010
SERES INVISÍVEIS (Conto)
O calçadão tinha o calçamento irregular; algumas grades do bueiro, que ficava no meio da rua para facilitar o escoamento das águas da chuva, estavam quebradas, o que forçava os transeuntes a desviar o seu caminho. Parado debaixo do sol um homem de camisa social branca, de manga cumprida, gravata preta mal arrumada num colarinho que apertava-lhe o pescoço gordo, de calça marrom e sapato preto surrado, segurava numa da mãos uma bíblia aberta mais gasta que sua roupa; exaltado, gritava algumas vezes e suava em bicas; o dedo em riste, vez por outra a mão espalmada no ar em tom de advertência; os olhos esbugalhados. Ele estava tomado pelo que dizia. Pregava o evangelho para quem não queria ouvir, alguns passavam e riam, outros torciam a cara. O homem falava com ardor sobre o juízo final, citava o Apocalipse, sempre o Apocalipse, nunca um desses fanáticos citava o Gênesis ou o Levítico. Declamava o salmo 91 (Meu refúgio, minha fortaleza, meu deus, em quem confio), o 23 (O senhor é meu pastor e nada me faltará); e mesmo sendo ignorado, o homem continuava a profetizar a palavra de deus. Nada abalava sua fé, nada. Ali era fé demais.
O julgamento final está próximo, dizia o homem, ainda há tempo, aceite a Jesus; Deus não escolhe os preparados, ele prepara os escolhidos. Monologava aos ventos poluídos enquanto os ouvidos que passavam não lhe davam atenção. Ih, tio, não perde seu tempo não, o fim do mundo já passou e ninguém se salvou, já tamo no inferno, sem segunda chamada, gritou um office-boy que passava pela rua.
Nas esquinas, todo tipo de deformação; gente sem perna, braço, olho, dedos; pés e braços atrofiados, mulheres sujas com crianças no colo, todos pedindo esmola, usando o mesmo discurso auto-comiserativo, usando deus, ganhando um trocado, sobrevivendo cada qual a seu modo. Eu não dou esmolas; não tenho pena de ninguém.
Tinha de tudo, até um cara que fedia a carne podre e que vivia perambulando pelas ruas distribuindo copias borradas de manchetes de jornal da década de setenta que falavam sobre Bezerra da Silva e ia repetindo freneticamente, em meio tom de voz “Bezerra, malandro é Bezerra, olha o Bezerrão aí, Bezerra é o cara”. E até um outro que chegou e foi logo dizendo “Eu não vou mentir, dizer que vou tomar um café; eu tô pedindo cinquenta centavos mas é pra tomar é pinga mesmo”, era sincero, talvez por isso ninguém lhe dava o trocado que pedia.
1 de julho de 2010
20 ANOS

Foi assim na década de 80, toda influenciada pelos anos 60; todos os artistas que surgiam, e os que permaneceram, eram fruto daquela década.




