1 de abril de 2012

UM SOPRO 2...

Menos de uma semana depois da perda de Chico Anysio, se foi também Millôr Fernades, tão genial quanto chico. Um intelectual, humorista e cartunista que fez tanto, que melhor do que dizer coisas a respeito sobre, melhor é deixar à mostra um pouco do muito que ele fez.



Uma pequena amostra:



“Os milionários gostam de fazer mistério sobre sua fortuna, acrescentando ao goso material do que possuem a superioridade intelectual sobre os que os frequentam. Mas é muito fácil ficar milionário. Basta para isso dormir e acordar só pensando em dinheiro. Não abrir mão de qualquer possibilidade de ganhar dinheiro, mesmo que o contrário lhe dê imenso prazer. Ser frio e racional na hora de dar ou emprestar ao seu melhor amigo, parente e até irmão, cobrando os juros e as taxas exatas, embora seu coração lhe diga que desta vez você devia ser generoso. Não ter qualquer escrúoulo, em qualquer ocasião. Pensar sempre no melhor partido que você pode tirar de uma situação desastrosa em que se encontram seus companheiros de negócio. Não temer o castigo de Deus, a opinião pública, a perseguição legal. Pensar que um lucro grande é melhor do que um pequeno mas que um lucro pequeno, repetido muitas vezes, pode vir a ser melhor do que um lucro grande. Se você, em suma, usar da subserviência exata no momento em que esta for necessária, a audácia e a grocessia precisa nos momentos em que a canalhice e a violência forem os melhores caminhos, se não tiver nenhum problema de consciência, nenhuma dúvia moral, nenhuma ambição de cultura, nenhuma preocupação quanto aos outros o acharem indecente, pérfido ou criminoso, o caminho da fortuna está facilmente aberto para você, como para qualquer um”.


"Nos momentos de crise ou perigo é fundamental manter a presença de espírito, embora o ideal fosse conseguir a ausência de corpo".


"Pode ser até que haja vida inteligente em outro planeta. Neste, até agora, não se viu a menor demonstração".


"O rico, que come mais do que o pobre, inventou a boa educação para que seus iguais não vivam arrotando à mesa".


"Toda revolução fracassa por se esquecer, afinal, de que o homem tem uma suprema ambição social e política: voltar pra casa".


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