14 de janeiro de 2008

Poema no poste 2

Deixo aqui alguns dos poemas que andei colando nos postes, aos poucos em coloco todos aqui:


No poste o poema
E na testa o dilema:
Poesia é ou não
Solução para o problema?

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O sol tá quente?
Então esfrie a cabeça
Feche os olhos e pense
Em sombra e água fresca

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Tá com frio?
Então se aqueça
Pense no amor febril
Que dá um arrepio
Dos pés à cabeça

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Não olhe pra trás
Siga sempre em frente
Lembrar do passado
É esquecer o presente

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Amor pode durar pouco
Mas se ele for bem louco
É como se durasse uma eternidade
É ou não é verdade?

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Cada um na sua
E você na minha
E por essa estreita rua
De mãos dadas a gente caminha

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O buraco é mais embaixo
Eu sei
E é lá que eu me encaixo
No meio

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Ei você, pare pra pensar
Mas não pense em parar
Pois pensar em alguma coisa
Já é chegar em algum lugar

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No sonho, o pombo esmigalhava o pão
No despertar, o pão era eu
E o pombo era o mundo!

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Custou muito caro não ser ninguém
Pois o ninguém achava que era alguém
E outro ninguém acabou pagando o pato
Porque o pé-de-pato é gente também

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Quando, pela primeira vez,
Eu vi a foto de Che Guevara
Eu me perguntei:
“Pra onde será que ele olhava?”

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Se abre um vão
entre meus pensamentos
E é nesse lapso ininteligível
Que se encontra o prazer espasmódico
da perda dos sentidos

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Não consigo esquecer
Nem perdoar
Quem me fez sofrer
Quem quis me magoar
Sou sofredor
E por convicção digo não
Aos que dizem sim
Sou assim por opção
E optei pelo meu fim

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Ouvi uma salva de tiros,
É carnaval antecipado;
Também ouvi uma nuvem de gritos,
E a cada ano dura mais o dia de finados.

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Que horas vãs!!
E pior é ver que as horas
Transformaram-se em dias
E os dias transformaram-se em anos
E os anos foram em vão
E a vida vã foi só um vão no mundo

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Não sou homem nem mulher
Sou a insaciável sede de sangue
Que seca minha estreita garganta

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Não sou branco nem negro
Sou vermelho como a chama
Que flameja nos meus olhos

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Não sou ateu nem cristão
Sou o tempo cinza e melancólico
Que me castiga nos dias tediosos

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Não sou moral nem imoral
Sou ilha, atol, à toa, atordoado
Guiado por desejos irrealizados

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E que não ouse alguém duvidar
Do poder que tem quem não tem
Nada a perder
Alguém, por tudo querer, sem nada poder
Tudo pode por nada temer

Quem nada tem a perder
Tem tudo que precisa

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Quero ter a certeza do seu amor por mim
E que agora seja um fim,
para recomeçarmos sempre assim
Eu sendo seu, você sendo minha
Abraçados, sabendo que é junto
que se caminha
Pela vida afora, para sempre e por agora

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Você já tem o meu emprego,
Você já tem a minha mulher,
Você já roubou meu dinheiro;
E o que mais ainda você quer?

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Você usa o meu nome,
Você vive a minha vida,
Você sente a minha fome
E se sacia com a minha comida
O que eu fui, agora você é
E o que mais ainda você quer?

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Você mora na minha casa,
Você veste as minhas roupas,
Você cortou as minhas asas
E tem todas as minhas coisas
O que mais ainda você quer
Além de já ter o que quiser?

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Você detêm minha memória
Você é dono da minha história
Você sabe tudo que eu sei
Você teve êxito aonde eu errei
O que mais ainda você quer?
Quem realmente você é?

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Hoje esse frio é de todo mundo
Mas o calor que aquece os corações
é de ninguém
Todos temos força; nos pertence,
por um segundo,
Essa coragem de tentar fazer o bem

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Ninguém é dono do que pertence
a todos
Quando todos sabemos ser uns iguais
aos outros

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Não tenha medo do medo que você tem
Não tenha medo de mim nem de ninguém
Não tenha medo nem pena
Não tema o que lhe apequena

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Não acredito em nada
Que não seja uma mentira bem contada
Nunca duvido do que não acredito
E nenhuma verdade me convence
de verdade

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Estou cansado de tantas explicações
Não faz sentido o que tenho ouvido
Existem teorias, filosofias, religiões
Existem razões e delas eu duvido

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Nada vale a pena
Por isso mesmo
Tudo por ser tentado
E ainda que a alma seja pequena
Menor é o medo
De ter de volta o que nos foi roubado

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Ninguém pode deter
A desmedida força
De quem não tem nada a perder
E ainda que a história se repita
Só o que importa
É a coragem de quem ainda acredita

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Tudo é possível
Quando nada é provável
Tudo é incrível
Quando nada é provável

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O tempo e o espaço
São inverdades
Real é o sonho
O amor e a saudade

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Insistir num erro é errar de novo
O que foi feito, o que foi dito
Tudo que foi vivido
Não pode ser refeito ou esquecido

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