19 de janeiro de 2008

Poema no Poste 3

Mais alguns poemas que colei nos postes da cidade


Tudo está guardado na memória
Todas as histórias da sua história
Todas as histórias da sua vida
Todas as vidas vividas agora

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Hoje será passado amanhã
Somos hoje o que amanhã teremos
Hoje vivemos o hoje. Hoje erramos

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Nós que aqui lutamos
E perdemos
Ainda queremos
Viver o que sonhamos

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Girassol ao meio-dia
A pino, amar-elo
Despetala a afazia

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Torquato, você me chama
E eu quero ler seu poema
Você não reclama
Pois vê que meu coração se contenta

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Um só, ilha
Dois, istmo
Três, família
Quatro, pares
Cinco, aí já é quadrilha

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A luz do novo dia
Me entristece
Prefiro a outra luz que erradia
Quando escurece
A luz vermelha da sangria
Que ao meu paladar apetece

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Corre vagabundo
Corre solto pelo mundo
Sabe que não pode parar
Pois a inércia de um segundo
Para a vala pode te levar

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Sou de carne e osso
Revolta e desgosto
Fruto de um tempo
De injustiça e sofrimento

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A felicidade saiu pra comprar cigarro
E nunca mais voltou
E só hoje, de depois de muito tempo,
É que eu lembro de nunca ter sabido
Que a felicidade fumava

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Passo sobre a ponte e tremo
Pego o elevador e tremo
Penso na linda mulher e tremo
É sempre assim quando
Eu não tomo o meu remédio

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Tenho tudo quanto é possível ter
Para poder dizer que não tenho nada
Tenho à mão todas as palavras
do dicionário
Para descrever o quanto o silêncio
é sagrado
Tenho esperança suficiente para jogar
Mas não tenho a sorte suficiente
para ganhar

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Sou levado pela inconstância da vida,
Pelas intermitências da minha fé
Pela ignorância do que não se explica
Pelo medo de quem não sabe o que quer

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Ela olhava para os próprios olhos
refletidos no espelho e os via vermelhos
de tanto chorar
pelo amor não vivido,
pelo coração partido;
Por tudo aquilo que a fez sofrer
por tanto amar;

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Eu sou eu mesmo
Eu sou minha mãe e meu pai
Eu sou os dois: a goiabada e o queijo
E o beijo de “boa noite” e “durma em paz”

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Eu sozinho desde menino
Encerrado dentro de mim mesmo
Lutando contra o destino
De ir seguindo de qualquer jeito
Sem saber pra onde
Sem saber aonde
Me encontrar

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Sou um cão vira-lata
Sem latas para virar
Então me viro pelo avesso
Procurando algum jeito
De, a mim mesmo, desvirar

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Os jornais noticiam fatos de
um outro mundo
Os livros estão escritos em outro idioma
A luz não ilumina mais esse
abismo profundo
A flâmula que se ostenta é a da vergonha

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Tudo parece menos feio visto de longe
Toda canção soa distante aos ouvidos
Não é mais sabido onde a paz se esconde
Já são todos apenas rostos desconhecidos

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Esquecidos, abandonados e indesejados
Um continente de miseráveis e heróis
Um contingente de guerreiros subjugados
Uma nação dividida, uma ferida que dói

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Mas eis que se aproxima o tempo
da mudança
Quando todos conhecerão, ainda que
pela dor,
O poder, ou a conseqüência,
da destemperança
De quem nunca reagiu, de quem sempre
se calou

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Quando esse novo tempo chegar,
talvez será
Tarde demais para muitos dos que
hoje exploram,
Julgam e condenam, porém, a sua
hora chegará
E quando, de joelhos, pedirem clemência,
não a terão

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Não se trata apenas de vingança,
não é esse o caso
A questão é outra, bem mais poderosa
e legítima.
Pelo que se tem lutado, o que tanto tem
sido rogado
Não é a esmola, a migalha, o resto,
mas sim a justiça.

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Passou por um
Passou por dois, por três
E a torcida vibrou
Com o gol que ele não fez

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Trabalhar todo dia
Toda hora
Assim é a vida
De quem não tem
Vida própria

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Vou-me embora
Pra dentro de mim
Entrar para fora
Começar pelo fim

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Today é o dia do meu happy end
Se é que você me understand
É hoje que o my love dirá yes
Ao meu pedido de wedding
I will be de joelho a seus pés
Tomado pela emoção do happening

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Trabalho como um burro
E vivo engolindo sapos
Mas um dia eu juro
Que ainda vou cantar de galo

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Ei amizade, levanta a cabeça e se sacode
Cabisbaixo assim você só vai
É ficar triste e bater em algum poste

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Qualquer hora é hora
Qualquer lugar é lugar
Então que seja agora
A hora da gente se amar

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