22 de julho de 2006

"... Os solitários lêem muito, mas falam e ouvem pouco, a vida é um mistério para eles: são místicos e enxergam, muitas vezes, o diabo onde ele não está..."
fala do personagem Ielisavieta, do conto "Um caso clínico" de A. P. Tchekhov

Há dias em que creio ser possível uma mudança, uma revolução no modo como vemos nosso país, nosso mundo, e que podemos consertá-lo, ainda que isso demore anos, décadas, séculos.
Mas na maior parte do tempo, como agora, acho que nada mais tem conserto, que o mundo é uma enorme cloaca, um desmantelo. É um exagero, admito, mas é um sentimento, muitas vezes, inevitável. Mas a pior coisa é essa oscilação; invejo profundamente essas pessoas abnegadas que se entregam de corpo e alma a alguma causa nobre. Acordar achando que tudo é uma merda, que eu sou um merda, é o estado de espírito que mais me toma. Tenho que fazer força para me convencer de que não é bem assim, de que ainda existem pessoas de almas superiores, especiais, e que por elas ainda vale a pena acreditar que as coisas podem melhorar.
Mas hoje, e por enquato, a tristeza e o pessimismo tomaram conta de todo meu ser.

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