21 de março de 2016

ANARQUISMO X COXINHA - por Kiko Zampieri





Anarquismo é uma ideologia política socialista e revolucionária baseada em uma crítica da dominação e em uma defesa da autogestão, e que defende uma transformação social fundamentada em estratégias que deverão permitir a substituição de um sistema de dominação estatista e capitalista por um sistema socialista e autogestionário.
Coxinha é um produto culinário feito de massa e recheado de frango desfiado, exposto em vitrines aquecidas para atrair o consumidor.
O que tenho ouvido, lido e até visto entre os filhos da pós-ditadura militar, ou seja, os nascidos depois de 1988, é sobre as vantagens do Anarquismo, como forma de governo, graças à Deus, uma pequena minoria, pois a grande maioria é denominada como “coxinhas”.
Como expliquei no primeiro parágrafo, anarquismo, resumidamente, é algo sem governo, sem comando, socialista e revolucionária, com as diretrizes de uma autogestão. Autogestão! Já se imaginaram, vamos pegar o Brasil como exemplo, esse país com uma política de autogestão, ou seja, cada cidadão faria suas próprias leis, pagaria o que quisesse de impostos, compraria imóveis, automóveis e outros bens com o preço que achassem o mais correto. E quanto seria o salário de cada trabalhador? Você aceitaria que seu vizinho ganhasse mais que você, mesmo tendo uma função diferente? De quantos dias seriam suas férias? Qual seria a nota do seu filho na escola? Quem prenderia? Quem soltaria? E quem seria preso?
Agora vamos para os “coxinhas”. Termo pejorativo, usado como gíria, e que serve para descrever uma pessoa “certinha” e “arrumadinha”. A gíria tem origem paulistana, depois dos protestos que tomaram a Avenida Paulista.
Pera aí! Pelo que sei e li no Google, coxinha fica atrás de uma vitrine aquecida, observando o movimento, esperando ser “comida”. Então a expressão “coxinha” para aqueles que enfrentaram chuva, cansaço, despesas financeiras e na última, jatos de água, bombas de efeito moral e agressões, está completamente errônea.  
Mentes contrárias, podem dizer que essas pessoas não são politizadas, que estão apenas em busca de um inimigo comum, isso serve para os ambos lados, por isso que alguns até acham que o Anarquismo seria a melhor solução, mesmo sendo também, não politizados, apenas rebeldes.
Afinal somos todos rebeldes, até que constituímos uma família, com filhos, obrigações e responsabilidades, depois nos tornamos “coxinhas”, pessoas certinhas e arrumadinhas e tentamos levar uma vida tranquila, até que a água de um tsunami atinjam nossas “partes baixas”.
Então, se você fica dentro da segurança, tranquilidade e critica aqueles que saem nas ruas para mostrar um pouco da sua voz, que tanto são caladas por uma classe de homens, que saíram desse mesmo povo com a promessa de ser a voz do povo, porém se acham acima de qualquer outro cidadão e com o direito de desviar recursos públicos para o seu próprio bolso.
Ainda acredito que é melhor lutar por uma mudança de governos do que não ter um governo para tentar mudar. Nem anarquista e nem coxinha, apenas um cidadão, que agora, nesse país, descobriu a sua força de exigir e tentar melhorar leis, governantes e seus próprios conceitos.



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