A Tirania surgiu na Grécia
Antiga, por volta do século VI AC, com a ocupação do governo por uma classe
rica e não aristocrata. Eram mercadores que acumularam grandes riquezas a
partir do florescimento do comércio marítimo na zona do Mediterrâneo. Chegaram
ao poder graças as artimanhas nas reformas econômicas, sempre a favor das
classes populares. A denominação de tirano tomou forma devido a tomada de poder
pela força e pela ilegitimidade contra uma classe que dominava a Grécia pelo
sangue, não o derramado, mas sim o de linhagem. Eram os ricos à frente do
poder. O poder de controlar o povo pelo Capitalismo, mesmo ainda não sendo
criado, e pela força, força essa nem sempre usada com armas, mas com artimanhas
e manipulações, principalmente das classes populares. Muito utilizada, anos
depois, pelos romanos com a denominação de Pão e Circo. Hoje a conotação para
Tirania é caracterizada por processos judiciais por calúnia e difamação, compra
da imprensa e dos órgãos de informação, como a Televisão e Rádio, Internet e
Redes Sociais. Outro fator que demonstra a Tirania são as verbas municipais,
estaduais e federais serem utilizadas em favor próprio daquele que deveria
distribuir ao povo.
A Monarquia, por sua vez, tinha a
mistura da aristocracia do sangue e a própria Tirania, uma linhagem de nobres
que sucediam ao poder pela hereditariedade. O dinheiro arrecadado por impostos,
casamentos arranjados, mercantilismo e o trabalho escravo, eram geridos pelos
nobres em favor próprio. O povo era uma classe de trabalhadores, sem educação
ou condições de saúde. Tinham somente deveres e os direitos eram apenas aqueles
entre a própria classe. Hoje, apenas no Oriente Médio, há monarquias
absolutistas, onde o rei é quem manda, as demais são apenas figurativas e os
primeiros-ministros são os que comandam a nação junto com o Parlamento.
Na Democracia, aquela constituída
como governo do povo, para o povo e pelo povo, foi uma maneira de distribuir o
poder aos homens do povo, mas só teriam o controle do poder aqueles que
possuíssem riquezas e bons asseclas. Mesmo na Grécia, berço da Democracia, esse
tipo de governo não sobreviveu por muito tempo, dando lugar aos tiranos. Isso
porque o que realmente comanda um povo, não são ideias ou pensamentos, como
podemos ver por toda historia da humanidade, mas sim a riqueza e o
conhecimento, regras básicas do Capitalismo. Que fazem com que poucos comandem
tantos para onde quiserem, mesmo para a morte, basta ter acesso a uma boa rede
de comunicação ou ser mestre da oratória.
Aonde chegamos então?
Simplesmente na Anarquia! Sociedade sem governo. Mas como podemos ser chamados
de anarquistas se temos governo, constituído e legítimo, que chegaram ao poder
pelos nossos votos. Somos anarquistas sim, porque nos afastamos do governo,
deixando que a responsabilidade de comandar um país, ficasse nas costas de
políticos e estrategistas. Somos anarquistas sim, porque nos tornamos
individualistas, que preferem o sossego da caverna e vendo imagens inanimadas
enfeitarem nossas mentes preguiçosas. Anarquistas sim, porque permitimos que
nossos filhos não tenham uma educação adequada, sejam injustiçados por leis
nobres e ricas, sejam aliciados pelo monitor de um computador, sejam
desprezados quando necessitam de maiores cuidados de saúde, sejam atirados as
drogas e sexo quando necessitam de alicerces para crescerem com dignidade. Como
podemos questionar uma “Sininho” da vida, se ela é uma criação nossa, um
exército mercenário contratado pelo povo medroso e apático para lutar por nós e
como todo exército mercenário, perdemos o controle e covardemente, sentamos na
frente da televisão e vergonhosamente os condenamos.
O que deveríamos filosofar,
constantemente, é sobre o poder que poucas pessoas têm sobre outras milhares,
que ainda encontram a felicidade, num jogo de futebol, numa novela, num Reality
Show e Carnaval. Mas onde há um pensador, entre essa multidão de alienados,
ainda existirá uma esperança.
“Nas grandes batalhas da
vida, o primeiro passo para a vitória é o desejo de vencer.”
Mahatma Gandhi
Kiko Zampieri
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