14 de janeiro de 2014

Pago um boi para não entrar numa Briga


E uma boiada para não sair, já dizia o velho dito popular. Recentemente o site e revista digital de literatura: Literatortura, muito conhecido por seu logo de Poe e suas matérias diversificadas e divertidas, postou uma matéria sobre as rixas históricas entre autores.
Agora essas pequenas brigas construtivas ou destrutivas quase não existem entre autores. Existem críticos de literatura, pessoas que não escrevem, não fazem a mínima ideia de como compor um livro e ainda assim, acham divertido desmerecer o trabalho dos autores iniciantes. Mas onde estão os comentários irônicos entre escritores?
Há algum tempo, King fez algumas pequenas críticas à: 50 Tons de Cinza e Crepúsculo, gerando uma grande repercussão na mídia e certa revolta dos fãs das obras criticadas. O que é compreensível, eu sou fã de Harry Potter e também ficaria chocada se King criticasse a série de Rowling.
Mas, isso é saudável, estamos vivendo um momento de lamber o ego alheio e isso não leva ninguém a lugar algum. Nos meus 14 anos conheci uma comunidade do Orkut chamada Taverna Literária, onde os autores iniciantes encontravam espaço para colocar seus textos e receber opiniões.
Entre esses autores havia um poeta de Santa Catarina que criticava os escritores veementemente, e sem qualquer tipo de freio. Não é preciso dizer que ele causou ódio entre todos. Meio chocada com a história fui verificar o que o sujeito escrevia para achar que podia criticar os outros com tanto ímpeto e fiquei abismada.
Até hoje tenho uma pasta no meu computador onde mantenho salvo todos os poemas de Marcos Meurer muito cuidadosamente, um dos poetas mais profundos e geniais que tive o prazer de conhecer. Um gênio, com um ego digno do Marques de Sade, mas ainda assim um gênio.
Em minha pequena experiência decidi que deveria aprender com quem fazia críticas severas aos textos dos outros (recebi críticas que quase me quebraram em um original em que estou trabalhando, e graças a isso sei que antes tinha uma pedra bruta e hoje tenho um diamante em mãos). E isso me fez crescer como autora, a entender que críticas foram feitas para me ajudarem a enxergar os meus erros e concertá-los.
Como conselhos eu diria que:
1- não, sua obra não está perfeita agora que você a terminou e que você foi o único a lê-la, na verdade tenho certeza que se alguém a tivesse lido (alguém sincero, não a(o) sua(seu) melhor amiga(o), essa pessoa teria apontado uma ou duas coisas que estragam a história inteira.
2- ouça essa pessoae para de achar que essa é sua obra prima, do jeito que ela foi criada, que é seu filho. Seus filhos não nascerão perfeitos, muito pelo contrário, eles passarão por longos vinte e poucos anos apenas estudando para dizerem que são maios ou menos aceitáveis.
3- Engavete seu romancede seis meses a dois anos. Se esqueça dele, esqueça a trama e esqueça a ideia original. Trabalhe em outras histórias, leia livros e veja filmes fora dessa temática e então, volte a lê-lo. Se ainda achá-lo perfeito, então parabéns. Você é um autor que acerta na primeira.
4- Peça para várias pessoas lerem e darem sua opinião antes de entregar a uma editora. Sabe o Neil Gaiman? Aquele cara de Sandman, Coraline, Lugar Nenhum? Você já leu alguma dedicatória dele? Já percebeu quantas pessoas lapidaram seus romances antes que eles fossem parar nas livrarias e você fosse compra-los? É, e você ainda acha que vai virar um Best-Seller sem passar por filtro nenhum.
5- Não desista de uma plot que você acha boa. Perceba que eu disse plot, e não romance. A Plot é o esqueleto da história, o básico do básico do básico que faz o enredo rodar. Por exemplo: Django é um escravo que quer vingança por ter sido separado de sua mulher. Ele conhece um caçador de recompensas alemão e com a ajuda dele irá caçar todos que o feriram de alguma forma.
6- Não escreva forçado. Deixe acontecer. E daí que o autor tem que publicar um livro por ano? E daí que ele tem que estar em todas as coletâneas possíveis e imagináveis? Os maiores diretores de cinema que eu conheço, tem no máximo cinco ou seis filmes num espaço de vinte anos (isso vale para desenhistas e escritores também). 

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