Cem anos depois, o naufrágio do vapor Príncipe de Astúrias, ainda
continua cheio de mistérios e várias Teorias da Conspiração.
No próximo dia 05 de março irá completar cem anos do naufrágio do vapor
transatlântico Princípe de Astúrias. Até hoje é considerado o maior acidente marítimo
ocorrido nas costas brasileiras. O vapor, considerado como o Titanic Espanhol,
tinha 150 metros de comprimento, pesando 17 mil toneladas e com a capacidade de
navegar com 1.890 passageiros, nesse dia, pelos informes oficiais, morreram 477
e apenas 143 sobreviveram. Nos não oficiais, aproximadamente, 1200 perderam a
vida.
NAUFRÁGIO
Na madrugada do dia 5 de março de 1916, uma forte tempestade dominava a
costa brasileira, era um domingo de carnaval e no salão de festas a orquestra
ainda tocava marchinhas carnavalescas, conforme o relato de um dos tripulantes
sobreviventes, as quatro e vinte um estrondo sacudiu o navio. Acabava de
colidir contra um paredão rochoso da Ponta da Piradura, região sul da Ilhabela.
Um rasgo de 45 metros no casco e a explosão de duas caldeiras, levaram
a pique em menos de dez minutos, nenhum pedido de socorro foi acionado, devido
a rapidez do naufrágio.
Os cadáveres chegavam até a Ilha de São Sebastião, Ilha de Castelhanos
em Ilhabela e Praia Grande em Ubatuba. Sobreviventes agarrados a fardos de
cortiça e cadáveres foram recolhidos por um navio inglês Veja que estava
próximo.
BOATOS E TEORIAS CONSPIRATÓRIAS
Sem os diários de bordo e os manifestos e a não sobrevivência do Capitão
Lotina e de seu imediato, muitas teorias conspiratórias e boatos cercaram esse
naufrágio.
Uma delas é sobre os mais de 800 imigrantes, foragidos da Europa devido
a Primeira Grande Guerra Mundial, que estavam condicionados, clandestinamente,
nos porões e que não tiveram nenhuma chance de sobreviver.
Outra seria que o naufrágio teria ocorrido devido a uma perseguição do
Cruzador inglês – Glasgow, que patrulhava a costa brasileira e na fuga
chocou-se com o paredão submerso da ilha.
Há também um boato de que a mudança de rota fora devido a uma parada na
costa de São Sebastião para que fosse transferido 11 toneladas de ouro para
outro navio, mas o transtorno causado pelas ondas gigantescas e a falta de
visibilidade, fizeram com que fosse levado para a correnteza até o local do
choque.
A CARGA
Levava uma carga de 12 estátuas de bronze, componentes para a
construção do Monumento dos Espanhóis do Parque Palermo, de nome "La Carta
Magna y las Cuatro Regiones Argentinas", em Buenos Aires, e um valor de
40.000 libras-ouro, além de grande quantidade de metais como estanho, amianto,
cobre, zinco, aços, fios elétricos e vinho português, hélices de bronze para
navio, dinheiro e joias dos passageiros e correios em geral.
No ano de 1989, foi instalado um teleférico para o recolhimento de
material do navio afundado, entre eles, garrafas, talheres de pratas, louças e
metais. No ano seguinte, duas estátuas de mulheres, em bronze, foram também
recolhidas.
Até hoje muitos mergulhadores tentam visitar os destroços, contudo as
dificuldades são em demasia, fortes correntezas, ondas fortes, neblina e a
escuridão, para tentarem a salvatagem nos destroços.
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