3 de março de 2016

O naufrágio do Titanic espanhol nas costas brasileiras (por Kiko Zampieri)




Cem anos depois, o naufrágio do vapor Príncipe de Astúrias, ainda continua cheio de mistérios e várias Teorias da Conspiração.

No próximo dia 05 de março irá completar cem anos do naufrágio do vapor transatlântico Princípe de Astúrias. Até hoje é considerado o maior acidente marítimo ocorrido nas costas brasileiras. O vapor, considerado como o Titanic Espanhol, tinha 150 metros de comprimento, pesando 17 mil toneladas e com a capacidade de navegar com 1.890 passageiros, nesse dia, pelos informes oficiais, morreram 477 e apenas 143 sobreviveram. Nos não oficiais, aproximadamente, 1200 perderam a vida.

NAUFRÁGIO

Na madrugada do dia 5 de março de 1916, uma forte tempestade dominava a costa brasileira, era um domingo de carnaval e no salão de festas a orquestra ainda tocava marchinhas carnavalescas, conforme o relato de um dos tripulantes sobreviventes, as quatro e vinte um estrondo sacudiu o navio. Acabava de colidir contra um paredão rochoso da Ponta da Piradura, região sul da Ilhabela.
Um rasgo de 45 metros no casco e a explosão de duas caldeiras, levaram a pique em menos de dez minutos, nenhum pedido de socorro foi acionado, devido a rapidez do naufrágio.
Os cadáveres chegavam até a Ilha de São Sebastião, Ilha de Castelhanos em Ilhabela e Praia Grande em Ubatuba. Sobreviventes agarrados a fardos de cortiça e cadáveres foram recolhidos por um navio inglês Veja que estava próximo.

BOATOS E TEORIAS CONSPIRATÓRIAS

Sem os diários de bordo e os manifestos e a não sobrevivência do Capitão Lotina e de seu imediato, muitas teorias conspiratórias e boatos cercaram esse naufrágio.
Uma delas é sobre os mais de 800 imigrantes, foragidos da Europa devido a Primeira Grande Guerra Mundial, que estavam condicionados, clandestinamente, nos porões e que não tiveram nenhuma chance de sobreviver.


Outra seria que o naufrágio teria ocorrido devido a uma perseguição do Cruzador inglês – Glasgow, que patrulhava a costa brasileira e na fuga chocou-se com o paredão submerso da ilha.
Há também um boato de que a mudança de rota fora devido a uma parada na costa de São Sebastião para que fosse transferido 11 toneladas de ouro para outro navio, mas o transtorno causado pelas ondas gigantescas e a falta de visibilidade, fizeram com que fosse levado para a correnteza até o local do choque.

A CARGA

Levava uma carga de 12 estátuas de bronze, componentes para a construção do Monumento dos Espanhóis do Parque Palermo, de nome "La Carta Magna y las Cuatro Regiones Argentinas", em Buenos Aires, e um valor de 40.000 libras-ouro, além de grande quantidade de metais como estanho, amianto, cobre, zinco, aços, fios elétricos e vinho português, hélices de bronze para navio, dinheiro e joias dos passageiros e correios em geral.
No ano de 1989, foi instalado um teleférico para o recolhimento de material do navio afundado, entre eles, garrafas, talheres de pratas, louças e metais. No ano seguinte, duas estátuas de mulheres, em bronze, foram também recolhidas.
Até hoje muitos mergulhadores tentam visitar os destroços, contudo as dificuldades são em demasia, fortes correntezas, ondas fortes, neblina e a escuridão, para tentarem a salvatagem nos destroços.

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