Texto de Kiko Zampieri
Não poderia existir frase melhor
para diagnosticar nós, os brasileiros, do que essa frase de Renato Russo, na
música “Índios”. E que deveria ser decorada, ensinada nas escolas, cantada como
Hino ou ser tema de chamada dos três “B”.
Afinal, a nossa desgraça começou
quando aquele simples brasileiro recebeu um espelho de presente em troca da sua
liberdade, dignidade e sobrevivência. E desde então continuamos a trocá-las por
meros espelhos, hoje disfarçados em monitores, espelhos d’águas, letras
manipuladas e, principalmente, pelo cinismo político e democrático.
Quem teria coragem de ensinar uma
criança ou um jovem estudante, que fomos enganados por desterrados lusitanos no
exato momento em que chegaram em nossa terra.
Trocando espelhos e miçangas por
ouro, pau-brasil e terras, muitas terras e vagarosamente sendo escravizados ou
assassinados ou até pior, aprendendo uma nova religião, para que ficassem
amenos e, pasmem, mais civilizados.
Quem teria coragem de ensinar que
Padre Antonio Vieira, com sua oratória e retóricas, mobilizassem o povo contra
uma cultura melhor e mais promissora. Os holandeses.
Quem teria coragem de ensinar que
Tiradentes foi iludido com promessas de comando do novo exército de Minas
Gerais e para isso teria que assumir que era o mentor da busca da liberdade.
Liberdade ainda que tardia, é o lema usado para louvar um bando de senhores
feudais mineiros, que junto a elite literária encabeçada por Tomás Antonio
Gonzaga, Cláudio Manuel da Nóbrega, que se tornaram famosos em suas prisões e
exílios, e o grande Visconde de Barbacena, que, pasmem novamente, queria ser o
Rei do Brasil, todos manipularam um pobre alferes (tenente) do exército com
promessas infundáveis, mas ao mesmo tempo principescas, que acabou como
realmente deveria acabar. Um pobre coitado na forca. Qualquer semelhança com
fatos e pessoas, atualmente, NÃO é mera coincidência.
Pior que tudo isso era ensinar a
esses estudantes que nossa libertação foi feita por um homem defecando e
gritando na beira do Rio Ipiranga, patético, mas verdadeiro.
A partir daí, deixo que seu
Cognitivo o leve para onde você MEREÇA.
Um comentário:
Parabéns!!!! Muito bom!!!
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