7 de maio de 2010

ANDO

Ando cada vez mais dormindo menos, cochilando mais e deixando de ter sonhos
Ando cada mais cétido e menos crítico, mais cítrico, porém menos ácido (se é que isso é possível)
Ando perdendo todas as ilusões, todas; toda a ingenuidade, e todas as certezas
Ando perdendo os medos
medo de ficar sozinho;


medo de não conseguir o que quero; medo de querer
medo da morte; medo do próprio medo e dos segredos não-revelados
Ando tendo menos tempo e mais paciência; mais consciência, mais dúvidas e menos pretensão de dissolvê-las
Ando me acostumando a não saber das coisas e de ser surpreendido por minha ignorância.
Ando me acostumando a sofrer calado e rir de mim mesmo



Ando revendo meus conceitos e descobrindo que, na maioria das vezes, melhor mesmo é não ter conceito sobre nada, nem ninguém
Ando querendo menos, e sabendo reconhecer o que ganhei com o tempo e com a vida
Ando percebendo que a vida é indecifrável; uma simples pergunta sem resposta
Ando concluíndo que dois mais dois há tempos deixou de ser quatro, ora é cinco, ora é três, ora é zero...
Ando dando mais graças à Deus
Ando dando mais valor ao silêncio e ao que ele me diz
Ando tentando aprender a conviver com o que me falta
Ando descobrindo que o caminho por ande trilho não tem fim, nunca teve; eu que estive a me iludir esse tempo todo.


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